Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Primeiro debate entre presidenciáveis é marcado por ataque de Bolsonaro às mulheres
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(Foto: Reprodução/Twitter/@BandJornalismo)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu como o maior derrotado no primeiro debate entre os candidatos à Presidência da República, realizado na noite desse domingo (28), pela Band. Com alta rejeição entre o eleitorado feminino, foi justamente desse público que Bolsonaro mais perdeu votos quando atacou mulheres presentes no debate.

Não é de hoje que a campanha de Bolsonaro tenta reconstruir sua imagem no imaginário das mulheres brasileiras. Pudera, não se trata de uma tarefa das mais fáceis. Ao longo de toda a sua trajetória política, o atual presidente caçoa, debocha, menospreza e ataca mulheres sempre que pode.

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A figura do homem que odeia mulheres motiva direcionamentos específicos de sua equipe de campanha. Seus aliados por todo o Brasil têm defendido sempre que podem as políticas do governo para benefício das mulheres, enquanto sua esposa, Michelle Bolsonaro, assumiu de vez o papel de cabo eleitoral na disputa em favor do marido.

Mas de nada adianta tanto treinamento e esforço coletivo quando o próprio foge ao script predeterminado. O ataque de Bolsonaro à jornalista Vera Magalhães não foi por ele ter perdido a cabeça. Nada fugiu ao seu controle. O ódio destilado contra a mulher que o questionava aconteceu de forma extremamente espontânea. Aquele que atacou Vera Magalhães e, em seguida, também atacou a candidata Simone Tebet (MDB) é o mesmo Jair Bolsonaro que destilou ódio contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS), que atacou a jornalista Patrícia Campos Mello e que sempre tenta colocar a mulher brasileira em um lugar de inferioridade.

Candidatas mulheres e a oposição de ocasião

As políticas para as mulheres tomaram espaço no debate. O ex-presidente Lula (PT) aproveitou o momento para ressaltar políticas de enfrentamento às desigualdades que trouxeram dignidade às trabalhadoras, como a legislação das domésticas e as políticas de combate à fome.

Chamou atenção a ‘embalagem’ de viés progressista adotada pelas duas candidatas mulheres no debate. Tentando dialogar com a população que sofre com o caos econômico causado pelas políticas do Governo Bolsonaro, Simone Tebet e Soraya Thronicke (União Brasil) atacaram o presidente numa clara oposição de ocasião. Vale lembrar que ambas são conservadoras. Para piorar, a emedebista apoiou o golpe contra a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), enquanto Soraya se elegeu senadora nas eleições de 2018 como a candidata de Jair Bolsonaro no Mato Grosso do Sul pelo antigo partido do presidente, o PSL.

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