Se tem uma coisa certa na política paraibana quando se relaciona Ricardo Coutinho e o PT é a teoria do motociclista. Quem anda de moto, mesmo com muita prudência, vive sob o mantra “se não caiu, vai cair; se já caiu, vai cair de novo”. O mesmo vale para Ricardo: se já rachou, vai rachar de novo.
Para voltar ao PT e tentar apagar seu passado nebuloso no partido, Ricardo precisava assumir o controle. Sob vias truculentas, expulsou petistas históricos, como Anísio Maia, um dos fundadores do partido, filiado há mais de 42 anos, hoje no PSB.
Se engana quem pensa que a situação estava pacificada. Segundo fontes do partido, a escolha de Maísa Cartaxo para vice na chapa encabeçada por Veneziano Vital do Rêgo (MDB) causou descontentamento no núcleo de Ricardo.
O imbróglio entre os grupos de Ricardo e de Luciano já vinha se desenhando desde a retirada das pré-candidaturas a vice de seus apoiadores, entre eles Márcia Lucena, que soltaram nota sem combinar com Antônio Barbosa. Ontem (11), no lançamento das candidaturas de Luciano e Lucélio, cresceu a suspeita sobre o racha no grupo com a ausência de Ricardo, que faz parte da chapa majoritária.
Há quem diga que a divisão neste momento antecipa uma disputa ainda maior que deverá acontecer pelo controle do partido para as eleições municipais, pois tanto Ricardo quanto Luciano sonham com nova passagem pela Prefeitura de João Pessoa.
