No jogo político das composições para as eleições deste ano, é comum ganhar e perder aliados. O governador João Azevêdo (PSB) já disse que na sua chapa não quer conversa com quem não vota em Lula (PT) para presidente, o que pode vir a ser um critério impeditivo para alguns aliados do gestor que atualmente votam contra o petista. E se não tem espaço na chapa, dificilmente há clima para o palanque, mas ainda assim há quem concilie.
Neste perde e ganha de apoios e aliados, João acaba de perder o prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo (DEM), que já havia se posicionado contra Lula ao declarar voto no pré-candidato Sergio Moro (Podemos). Mas fora a preferência pela natimorta terceira via para as eleições presidenciais, quem é mesmo Vitor Hugo na fila do pão?
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O político que foi dormir vereador, acordou prefeito de Cabedelo em decorrência da Operação Xeque-Mate e se reelegeu, favorecido pela conjuntura, é hoje pressionado por sua popularidade controversa e por ter um vice muito mais forte politicamente do que ele. Vitor Hugo enfrenta desgastes desnecessários com os moradores da cidade, com projetos sem a devida discussão, como foi o caso do polêmico binário, ou quando resolveu negar a pandemia e cair na folia. Mesmo com os devidos pedidos de desculpas, fica a imagem que não condiz com a de um gestor sério.
Em cima do palanque que João Azevêdo quer construir na Paraíba em prol da eleição de Lula para a Presidência da República e de sua reeleição, tem aliado que mais atrapalha do que ajuda. No caso de Vitor Hugo, a conta ficou barata. Quem perdeu mais foi o prefeito. A praça que está sendo construída pelo Governo do Estado no loteamento Bela Vista, em Intermares, com investimentos que passam dos R$ 2,6 milhões, vai ficar pronta já nos próximos dias. Se o prefeito de Cabedelo sustentar o rompimento, não deverá sequer aparecer na inauguração.