Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
Jornalista, fotógrafo e consultor. Mestre em Computação, Comunicação e Artes pela UFPB. Escreve desde poemas a ensaios sobre política. É editor no Termômetro da Política e autor do livro infantil "O burrinho e a troca dos brinquedos". Twitter: @gesteira.
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Ruy ajusta tom da comunicação para disfarçar ataques à Justiça
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Alguns verão como covardia, outros como sensatez, mas o recuo do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos-PB) na linha de discurso em confronto com a Justiça paraibana pode ter sido uma forma de reconhecer internamente que sua comunicação havia errado o tom. Como não houve retratação pública, o erro e os ataques ao Poder Judiciário persistem.

O primeiro ataque à Justiça foi proferido logo após a divulgação da condenação a 20 anos de prisão pelos crimes de peculato, fraude em licitação e lavagem de dinheiro, todos no Caso Desk. Sob o mote “Não vão me calar”, assim mesmo, acusando no plural, Ruy divulgou um vídeo no qual põe em xeque a lisura do Judiciário, com teoria conspiratória, insinuando que estariam a serviço de seus adversários políticos.

Uma semana depois da condenação vir à tona, uma série de denúncias afundou Ruy na crise de imagem. Após anos sustentando um discurso “ficha limpa”, o parlamentar teve que explicar a compra de um veículo de luxo que teve parte quitada por uma funcionária da Desk, dinheiro para o irmão e pagamento de pensão alimentícia para a ex-mulher, ambos feitos pelo operador do Caso Desk.

Ruy então dobrou a aposta e espalhou pela cidade uma campanha de outdoors com praticamente o mesmo mote do primeiro ataque à Justiça, desta vez com “Não vão nos calar”. Não deu outra, em vez de gerar efeito positivo, projetando o parlamentar como ‘corajoso’, a mídia gerou efeito contrário. Logo a comunicação de Ruy tratou de explicar, por meio de sua assessoria de imprensa, que a campanha é na verdade um convite para filiação ao partido.

“Não vão nos calar! Se você também quer fazer parte da mudança, filie-se ao Podemos e seja a voz da transformação. Juntos, podemos mudar João Pessoa e a Paraíba”, diz Ruy por meio de sua assessoria.

Pré-candidato a prefeito de João Pessoa, Ruy entende bem a máxima conhecida na cidade, de que pino é feito para ser batido. No entanto, sem qualquer retratação, esse ajuste de discurso parece mais uma desculpa de amarelo.

(Imagem: Divulgação/Ruy Carneiro)
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