Quem arriscaria dizer que, em meados de abril de 2021, ainda estaríamos vivendo com dificuldade a pandemia do novo coronavírus? Quem, em 2020, imaginaria que o pior estava por vir? A cada dia os números de vítimas aumentam e nós vamos nos “acostumando” com a morte e nos tornando mais frios à realidade do país.
Mas o Brasil não é isto, somos um povo alegre, que faz piada de si mesmo e conseguimos, mesmo diante das adversidades sorrir e ser calorosos. O brasileiro é conhecido pelo afago, pelo abraço, pelo ato de beijar mesmo um recém-conhecido e dizer: “prazer”. Isto é marca do brasileiro em relação aos alemães, japoneses e a tantas outras ricas culturas ao redor deste planeta que são mais contidas em um simples ato de se apresentar.
Começo, cada vez mais, a me preocupar com os sobreviventes desta pandemia. No Brasil nem houve lockdown, nem houve abertura total e irrestrita. Não pretendo politizar o debate, mas trazê-lo para o que isto tem sido para os sobreviventes. As pessoas andam cansadas, impacientes, intolerantes. O dano que a pandemia tem trazido aos pulmões é diretamente proporcional aos danos à saúde mental da população. Casais se separaram, amizades se desfizeram, relações se desgastaram. Como os sobreviventes estarão quando isto acabar, seja lá quando isto ocorrer?
As pessoas têm sido obrigadas a enfrentar uma rotina que, apesar de (para alguns) estar ocorrendo em um tal home office, tem se tornado cada vez mais insuportável. Alguns dizem que não veem a hora de voltar à rotina de vida que tinham antes disso tudo, mas será que realmente estão prontos para isso? Muitos querem férias, não apenas do trabalho, mas das relações desgastadas. Quanto tempo levará para que as pessoas se recuperem de tantos traumas, frustrações, ansiedades, desilusões, decepções? São muitas perguntas e poucas respostas. Santa Bibiana, rogai por nós!