Vivemos tempos de transformações sociais, transformações que acontecem de maneira cada vez mais rápida, muitas vezes nos impedindo de compreender até mesmo o caminho que trilhamos. Somos obrigados a escolher nossos rumos mesmo sem querer, até mesmo quando não escolhemos, pois não escolher também é uma escolha.
Seguimos caminhos que muitas vezes nos perguntamos a razão, sem entender direito o que nós mesmos estamos fazendo ali. Algumas vezes temos a chance de repensar a trajetória, de compreender que não era bem aquilo que procurávamos, se arrependendo ou não, e corrigir o caminho. Mas a velocidade das coisas as vezes nos faz chegar longe e, quando finalmente tomamos noção da trajetória, preferimos seguir em frente mesmo sabendo que o resultado daquilo não será o que gostaríamos, é como se desse preguiça de voltar.
Sim, a vida é feita de escolhas e muitas delas fazemos conscientemente, às vezes conhecendo as consequências delas ou não. O grande problema é que somos exigidos a uma velocidade cada vez maior, afinal a velocidade do mundo não é mais a mesma, a falta de uma tomada de decisão pode nos representar fracasso, infortuna, prejuízo, fraqueza, falta de protagonismo com nós mesmos. No fim, quem é o dono de nossas próprias vidas?
Parar para pensar deveria ser algo comum na rotina de todos, mas cada vez mais as pessoas tomam decisões impensadas, seguindo impulsos e até mesmo desesperos, lembrando que não tomar decisão nenhuma também é uma escolha. Nessas horas lembramos como era bom a vida juvenil que, apesar de seus dramas peculiares, não nos exigia escolhas cruciais. Como é bom ser criança e ter nossos pais para tomar decisões por nós…
De repente ficou chato ser adulto, ter responsabilidades demais e ter que escolher demais. E não escolher apenas por nós, mas escolher também pelos outros, pois ao nos tonarmos pais e mães, somos obrigados a escolher por nossos filhos. Daí a responsabilidade só aumenta, pois sofrer as consequências de nossa escolha é uma coisa, mas fazer outros sofrerem tais consequências pode ser traumático.
“Alice perguntou: Gato Cheshire… pode me dizer qual o caminho que eu devo tomar?
Isso depende muito do lugar para onde você quer ir – disse o Gato.
Eu não sei para onde ir! – disse Alice.
Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve.”
E você? Para onde você quer ir?