União Brasil e PP formalizaram nesta terça-feira (29), no Congresso Nacional, a federação que reúne além da essência do Centrão, a maior força política do país. São 109 deputados federais, 14 senadores, e ainda 6 governadores, 1350 prefeitos (de 7 de capitais) e mais de 12 mil vereadores. A União Progressista, como ficou denominada, nasce com um problema de sigla no mesmo segmento, já que UP é a sigla utilizada por uma legenda partidária, a Unidade Popular.

Embora a UP não tenha representatividade no Congresso Nacional, é do partido o direito legítimo de usar a sigla. Ainda que justifiquem a federação como uma entidade paralela e não concorrente, causa desinformação por fazer parte do mesmo âmbito. Mais grave: a federação e o partido atuam em espectros políticos muito distantes. Enquanto UP partido está verdadeiramente na esquerda, UP federação só tem de progressista o nome.

A imprensa de todo o Brasil já reproduz a sigla conforme adotada e divulgada pela federação. Pode ter sido desleixo, acaso, ou pode até ter sido soberba, achando que por serem tão maiores, engoliriam o partido. Cabe agora à legenda partidária ir à justiça pelo direito da exclusividade, nem que a federação precise inverter os nomes e passe a adotar “Progressistas Unidos”.

Caso acontecesse uma vitória do partido, ao menos o país seria poupado da cafonice que foi a justificativa divulgada para a marca com setas ascendentes, em referência à palavra up, do inglês ‘para cima’. Nasceram grandes, mas com problemas e forte crise estética.